Mulheres cientistas poderão contar com auxílio maternidade em programa de pós-graduação no Reino Unido
‘British Council Scholarships for Women in STEM’ garante não só a bolsa em uma universidade renomada, mas cobre custos de viagem e moradia, oferece curso preparatório de língua inglesa e dá auxílio especial a pesquisadoras com filhos ou filhas
Menos de 30% dos pesquisadores do mundo são mulheres e apenas 30% delas escolhem estudar em áreas relacionadas à Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM). Divulgados em 2018 pela Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura Científica (Unesco), os dados revelam que há uma necessidade de maior representatividade feminina nessas áreas e foi pensando nisso que o British Council, em parceria com 19 universidades britânicas, lança o “Scholarships for Women in STEM”.
O programa irá oferecer 100 bolsas de estudo a mulheres de mais de 20 países e incluirá a cobertura integral de mensalidades, renumeração mensal, custos de viagem, visto e taxas de cobertura de saúde. “Nós vimos que só a bolsa do mestrado, com a mensalidade da universidade, não contempla tudo. Para uma mulher que possui uma situação econômica mais vulnerável e não pode se manter lá, isso não resolve”, ressalta Vera Oliveira, Gerente de Educação Superior do British Council.
Para as mulheres que possam precisar de um breve curso de inglês preparatório, para alcançar o nível de idioma necessário para cursar uma pós-graduação no Reino Unido, a organização também se compromete a auxiliá-las e bancar o IELTS, exame de proficiência exigido pelas universidades britânicas.
Além do olhar socioeconômico, é necessário fazer um recorte de gênero sobre as dificuldades enfrentadas pelas pesquisadoras. Em 2020, a Revista Mulheres na Ciência, uma publicação que reúne reportagens com pesquisadoras em diferentes níveis da carreira acadêmica, ressaltou que a maternidade é uma das questões-chave para ampliação da diversidade na área. “Por isso, também adicionamos o auxílio para mães de crianças pequenas, pois essas mulheres diversas vezes são excluídas por conta da maternidade”, completa Vera.
A Gerente também reforça que uma maior presença feminina resultará em pesquisas mais inclusivas para a sociedade e menos restritas a um viés masculino predominante. “Por exemplo, as pesquisas sobre aquecimento global falam muito sobre o padrão de um homem branco ocidental. O que nós tentamos trazer são outras visões que possam enriquecer os estudos globais, nesse caso com as mulheres de países não economicamente centrais”, finaliza.
As inscrições devem ser feitas junto às instituições do Reino Unido e os prazos variam de acordo com cada instituição. De modo geral, eles se encerram em março de 2021. Para mais informações, acesse: https://www.britishcouncil.org.br/mulheres-na-ciencia/bolsas.
Para mulheres cientistas
Com um olhar preocupado sobre a diversidade, o British Council tem um trabalho ativo no debate sobre diversidade na pesquisa acadêmica. Além da Revista Mulheres na Ciência, a organização lançou em fevereiro de 2021 o podcast Mulheres na Ciência. Na primeira temporada, o podcast apresenta debates sobre incentivos a meninas em carreiras na ciência; liderança feminina; tecnologia e inovação feita por mulheres e para mulheres; empreendedorismo científico; diversidade, interseccionalidade e empoderamento; sexismo e assédio; maternidade e carreira; e os bastidores da produção científica.
Sobre o British Council
O British Council é organização internacional do Reino Unido para relações culturais e oportunidades educacionais. Construímos conexões, entendimento e confiança entre o povo do Reino Unido e o de outros países por meio das artes e cultura, educação e Língua Inglesa. No ano passado, alcançamos mais de 80 milhões de pessoas diretamente e mais de 791 milhões ao todo, incluindo conteúdos digitais, publicações e transmissões em rádio e TV. Fundado em 1934, somos uma UK charity governada por Royal Charter, assim como um órgão público do Reino Unido. Cerca de 15% de nossos fundos são subsidiados pelo governo britânico.