O cheiro mais forte da maconha é o do lucro dos dólares americanos

Por Antônio Siemsen Munhoz

Empresários da maconha esperam auferir lucros de um mercado avaliado em US$ 40 Bilhões. Se alguém ficou animado com esta notícia, seria digno de ser expulso do recinto. Qualquer tipo de tráfico seja ele de drogas, armas, pessoas, está ligado ao crime organizado, uma das maiores chagas que vive a geração atual.

Alyson Martinum dos fundadores da Cannabis Wire, uma organização de notícias startup com foco em maconha desenvolve uma análise sobre um dos mercados mais promissores: o do ouro verde. Assim é chamada a tradicional Cannabis Sativa na atualidade no mercado americano.

Comerciantes atuais nada tem do estereótipo do elemento mal-encarado proveniente dos guetos e favelas americanas. Hoje é comum que estes negócios, que trocaram os becos pelo luxo dos restaurantes, sejam tratados por verdadeiros gentlemen. Os operadores da maconha americanos mudaram a sua face e a forma de negociar. Os escritórios ocupam lugar em Wall Street. Os que ainda perguntam se a maconha não é um negócio ilegal, estão fora da nova realidade? Ela é agora um negócio legalizado, que pode dar aos comerciantes grandes lucros.

Esta corrida do ouro verde prevê para o ano corrente retornos potenciais enormes em um mercado que irá oscilar entre 40 e 50 bilhões de dólares. O que começou timidamente em 2012, atinge o ano atual como um verdadeiro negócio da china. Tudo começou em Washington evoluiu para o colorado, hoje tem a maconha descriminalizada em mais de 20 estados.

Perguntas se sucedem. A quem esta corrida fará bem? Quem irá lucrar com tudo isto? Brendan Kennedy o atual destaque na área desenvolveu diversas viagens. Nelas encontrou um nicho de mercado onde não havia líderes, padrões e marcas. O prazo dado por Martinum para que tal indústria se normalize é de 6 anos, sendo extensas as discussões neste período. Por enquanto a Privateer, empresa criada por Kennedy, lançou duas “marcas” de maconha, uma das deficiências que Kennedy observou no mercado. Assim os nomes Tylray e Marley Natural, logo podem fazer parte do dicionário tradicional de muitas pessoas. Para quem quer maiores informações foi comprado um aplicativo para os smartphones: o Leafy. Ele detalha utilização e efeitos de cada tipo de maconha, que contém até recomendações para uma plantação mais rentável. As brigas contra os cartéis mexicanos ainda acontecem e não se sabe qual será a reação de seus líderes quando tiverem que aceitar a legalização do consumo da maconha.

Kennedy considera como um trunfo favorável o fato que os líderes dos cartéis são bons no crime e não servem para desenvolver planejamento de plantio da maconha, formas de embalar o produto ou sobre campanhas de marketing. Por enquanto os americanos que querem comprar o ouro verde ainda utilizam o “clube dos compradores de maconha” o embrião da expansão de uma indústria futura. A expansão atual da industrialização prevê que sejam produzidos 5 milhões de gramas, já no fechamento do primeiro ano. Kennedy utiliza a metáfora de Schumpeter que aponta para a “destruição criativa” como o processo mais indicado para a criação de uma nova situação que substitua a antiga. Enquanto isto os departamentos policiais anotam aumento da violência e maior resistência à prisão dos comerciantes tradicionais, atualmente em dumping de preços. A história está sendo contada. É preciso aguardar os próximos movimentos neste complexo tabuleiro de xadrez.

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