Pesquisas do MIT voltam a insistir no desenvolvimento da inteligência conectada e trabalhos colaborativos
Pesquisadores de tendências encontram na inteligência conectada a solução para diversos problemas. Três bilhões de usuários conectados que representam 42% da população mundial estão conectados parcial ou totalmente na grande rede. São números assustadores e que autorizam a imaginar a existência de um rastro vivo que todos deixamos na rede.
Quando Pierre Lévy discutiu a inteligência coletiva, estava antevendo o que iria acontecer anos depois, onde existiria uma inteligência distribuída na grande rede. Onde o saber de cada um acabaria por se somar ao saber de algum outro e juntos, os dois teriam, ao longo do tempo, um nivelamento e uma inteligência maior do que a somente a soma das duas inteligências. A sinergia entre estas pessoas criaria um acréscimo.
Os pesquisadores do MIT enxergam esta inteligência na sociobiologia, na política como ciência sem corrupção, em aplicações crowdsourcing na efetivação da inteligência coletiva, tudo acontecendo em rede. As pessoas se transformam, a partir desta valorização da inteligência individual, em capital intelectual que começa a ser tratado como capital social, a ser inserido nos balanços financeiros das empresas, mas não mais como apenas valores intangíveis.
A sabedoria das massas já foi discutida e questionamentos se esgotaram na tentativa de identificar porque ela é desvalorizada pela humanidade. O desperdício econômico e ecológico, criado pela cultura da fartura, em terra onde se plantando tudo dá, continua como um mito e parece um monumento erigido à ignorância humana.
O momento revela a necessidade da reunião de “cabeças pensantes” que analisem e identifiquem uma forma de aproveitar todo este poder, de um sem número de pessoas ligadas na rede. Conectar estas pessoas e as levar a agir pode trazer transformações na forma como a sociedade vive. A aceitação da colaboração pode permitir a criação de redes voltadas para facilitar a níveis amplos a interação e o fluxo de conhecimentos, muitas impedidas por organizações que não enxergam esta nova realidade.
Por esta razão pesquisadores do MIT se voltam a um tema já tratado, e que por sua importância e obtenção de resultados insatisfatórios, justifica uma nova investida sobre a importância de que trabalhos colaborativos sejam desenvolvidos na grande rede. As organizações modernas consideradas por Peter Senge como complexas, dinâmicas e globais, não mais podem aceitar a falta de transparência e colaboração.
O fundador e diretor do laboratório de mobilidade do MIT, o italiano Federico Casalegno defende que com a disseminação de ferramentas móveis, como smartphones e tablets, e outras inovações que estão a caminho será possível incentivar esta colaboração na qual ele enxerga que a maior participação das pessoas nas decisões dos governos das cidades e países onde vivem pode dar início a uma revolução em nível global.
Empresas que abriram seus segredos de fabricação e buscaram, com apoio na inteligência conectada, a solução para seus problemas, tiveram uma resposta altamente positiva, com milhares de sugestões sendo enviadas e que possibilitaram a solução de problemas com ideias que nunca antes foram consideradas por seus colaboradores internos.
O crowdfunding entra pela porta da frente em muitas empresas que não conseguiam capital e é uma das grandes esperanças que projetos de ideias coletivas com dinheiro da própria comunidade movimentem um mercado em expansão.