Solimões volta a subir e sinaliza fim da estiagem no rio Negro
Após seca histórica em 2024, níveis dos rios da Amazônia mostram recuperação; altura do rio Negro em Manaus está mais de sete metros acima do registrado no mesmo período do ano passado
O rio Solimões apresentou sinais de recuperação nos últimos dias, indicando o possível encerramento do período de estiagem na região amazônica. Entre os dias 15 e 18 de outubro, o nível das águas subiu 44 centímetros na cabeceira do rio, em Iquitos, no Peru, e 32 centímetros em Tabatinga (AM), conforme dados divulgados pela Praticagem dos Rios Ocidentais da Amazônia (Proa).
Em Manaus, o rio Negro — cuja altura é influenciada diretamente pelo Solimões — segue em processo de vazante, mas com indicadores muito acima dos registrados em 2024. O nível chegou a 19,99 metros neste domingo (19), o que representa uma diferença de 7,65 metros em relação à mesma data do ano passado, quando a capital amazonense enfrentava a pior seca de sua história, segundo medições do Porto de Manaus e da Proa.
O boletim mais recente do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), divulgado na última terça-feira (14), aponta que as cotações de 2025 estão acima da média e se aproximaram das máximas diárias registradas entre julho e agosto. A análise indica que a estiagem deve se encerrar entre o fim de outubro e a primeira quinzena de novembro.
O documento do SGB ressalta que o rio Negro em Manaus segue um padrão histórico de cheia e vazante. Em 73% dos anos analisados, o pico da cheia ocorre em junho, e em 24%, em julho. A partir desse ponto, inicia-se o processo de descida do nível até a cota mínima, cujo período varia mais amplamente — 91% das vezes ocorre entre outubro e novembro, período em que o ciclo da vazante costuma se encerrar.