Zona Franca de Manaus deve gerar faturamento recorde em 2025

A confiança do Polo alcança 59,6 pontos (pelo índice da CNI) e bate recorde de faturamento mensal

Manaus – Os resultados positivos de 2025 reforçam o protagonismo da Zona Franca de Manaus (ZFM) e do PIM (Polo Industrial de Manaus) na sustentação da economia regional e na contribuição para o crescimento nacional. A ZFM deve faturar mais R$ 70 bilhões entre agosto e dezembro deste ano, totalizando R$ 217,6 bilhões, o que representará um aumento de 6,7% sobre os R$ 204 bilhões do ano passado, indicando um novo recorde histórico para a indústria da região.

Apesar do clima de pessimismo que ainda domina o cenário nacional de parte da indústria brasileira, registrando apenas 46,2 pontos no Índice de Confiança da Indústria da CNI (Confederação Nacional da Indústria), a ZFM (Zona Franca de Manaus) segue em trajetória oposta. De acordo com o PEA (Painel Econômico do Amazonas), levantamento elaborado mensalmente pelo (CIEAM) Centro da Indústria do Estado do Amazonas, a confiança das indústrias locais atingiu 59,6 pontos em julho, demonstrando otimismo e dinamismo econômico acima da média do país.

De acordo com os dados mais recente divulgado pela Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), o faturamento do PIM atingiu R$ 17,6 bilhões em julho, alta de 1,18% em relação a junho. “É importante ressaltar que essa aceleração traz a economia amazonense para um ritmo de crescimento superior ao da economia brasileira. A confiança elevada reflete a força dos setores tradicionais e a capacidade do Polo em se adaptar às oscilações do mercado”, esclarece.

“Os números mostram que, mesmo em um cenário nacional desafiador, o Polo Industrial de Manaus consegue se destacar. O crescimento atual não reflete apenas a força de setores tradicionais, mas também a capacidade de adaptação e resiliência do PIM frente às oscilações do mercado”, afirma André Ricardo Costa, coordenador de Indicadores do CIEAM.

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Setores em destaque e inovação no PIM

Um dos setores que mais está se destacando em 2025 é o relojoeiro, o que vem contribuindo para impulsionar a produção na região. Em julho, o segmento registrou alta significativa de 40,64% em relação ao mês anterior e crescimento de 28,39% no acumulado de janeiro a junho, na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo dados da SUFRAMA, de janeiro a julho de 2025, o PIM produziu 4,8 milhões de relógios de pulso e de bolso, alcançando um faturamento de R$ 960,8 milhões.

“O setor relojoeiro é um exemplo do dinamismo do PIM. As fábricas têm investido em novas tecnologias e modelos voltados ao mercado interno”, destaca André. Ele também prevê que a produção de telefones celulares apresente um salto significativo até o final do ano e igualmente surpreenda em crescimento.

Confiança sustentada e perspectivas positivas

O estudo do CIEAM aponta que o otimismo das indústrias amazonenses é sustentado por três fatores principais:

1. Avanços na Reforma Tributária, que vêm garantindo segurança e previsibilidade ao modelo da ZFM;
2. Alta empregabilidade e crescimento da renda no país, que fortalecem o consumo interno;
3. Previsão de estiagem moderada, o que evita impactos logísticos sobre a produção e distribuição industrial.

Estrutura integrada e resiliência logística

O coordenador do CIEAM ainda aponta a importância da infraestrutura integrada da Zona Franca, que garante estabilidade ao ambiente produtivo. “O ecossistema industrial do Amazonas é sustentado por uma estrutura sólida de portos, aeroportos e serviços. No ano passado, vimos uma operação inédita para manter o fluxo logístico durante a seca, o que reforçou a confiança do setor. Essa estrutura integrada é fundamental para garantir a continuidade da produção mesmo em cenários adversos”, ressalta.

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Modelo estratégico para o Brasil

“O otimismo registrado no Amazonas mostra que o modelo da Zona Franca continua cumprindo seu papel de gerar empregos, atrair investimentos e sustentar a economia em momentos de incerteza nacional. O contraste entre pessimismo no país e confiança no nosso Polo Industrial é a prova de que esse modelo é estratégico não só para a Amazônia, mas para o Brasil como um todo”, finaliza André.